O Grand Canyon é um enorme desfiladeiro com mais de 440 km de extensão, com até 29 km de largura e 1,8 km de profundidade, localizado no Estado do Arizona, nos Estados Unidos, esta incrível formação foi esculpida pelo Rio Colorado ao longo dos últimos 40 milhões de anos.

Por milhares de anos, a área tem sido continuamente habitada pelos nativos norte-americanos, e a tribo dos Pueblo consideravam o Grand Canyon um local sagrado e faziam peregrinações até ele.

 

Durante o período entre o final dos anos 1800 e o início dos 1900, muitas histórias incríveis foram publicadas em jornais dos Estados Unidos mencionando enormes cidades encontradas dentro de cavernas no Grand Canyon, com referências a gigantes, egípcios e outras culturas do sudeste asiático que teriam construído e habitado o local.

O mais famoso desses relatórios apareceu na edição de 5 de abril de 1909 do The Arizona Gazette, uma longa história de primeira página que forneceu um relatório altamente detalhado da descoberta.

Artigo publicado na primeira página do The Arizona Gazette em 5 de abril de 1909.

O artigo, intitulado “Explorações no Grand Canyon: Mistérios de uma imensa e rica caverna sendo trazidos à luz”, fala sobre a descoberta de uma cidade subterrânea pelos exploradores G. E. Kinkaid e S. A. Jordan, ambos arqueólogos do Instituto Smithsonian, enquanto desciam o Rio Colorado em um pequeno bote.

“Descobertas que provam quase conclusivamente que a raça que habitava esta misteriosa caverna, talhada em rocha sólida por mãos humanas, era de origem oriental, possivelmente do Egito, remontando a Ramsés. Se suas teorias forem confirmadas pela tradução das tábuas gravadas com hieróglifos, o mistério dos povos pré-históricos da América do Norte, suas artes antigas, quem eles eram e de onde vieram, será resolvido. O Egito e o Nilo, e o Arizona e o Colorado estarão ligados por uma cadeia histórica que remonta a eras e que confunde a fantasia mais selvagem do ficcionista”.

Explorando um pequeno túnel encontrado em uma das paredes do Grand Canyon, que se estendia por mais de um quilômetro, Kinkaid encontrou a cidadela com uma arquitetura que demonstra que os construtores eram altamente avançados em suas habilidades de engenharia. No meio da cidade, havia uma câmara que irradiava várias passagens.

Ilustração representando a ‘câmara egípcia’ com múmias de gigantes de até 3 metros de altura.

Em uma das câmaras exploradas por Jordan e Kinkaid, considerada uma cripta cerimonial com símbolos hieroglíficos, semelhantes aos encontrados no Egito, esculpidos nas paredes, foram encontradas múmias cobertas de barro e envoltas em casca de árvore e algum tipo de tecido escuro. Todas as múmias eram do sexo masculino e não haviam crianças ou mulheres, e o mais impressionante, nenhuma das múmias media menos de 2,7 metros.

Outro mistério foi a descoberta de uma grande estátua, semelhante a um Buda, encontrada em uma das cavernas, que sugeria que os habitantes da época também eram de origem asiática.

“A mais de trinta metros da entrada fica o corredor transversal, com várias centenas de metros de comprimento, no qual se encontra o ídolo, ou imagem, do deus do povo, sentado de pernas cruzadas, com uma flor de lótus ou lírio em cada mão. O molde do rosto é oriental, e a escultura esta caverna. O ídolo quase se assemelha a Buda, embora os cientistas não tenham certeza de qual culto religioso ele representa”.

Cerâmicas, tábuas com hieróglifos, ferramentas e outros instrumentos de cobre também foram descobertos de acordo com as informações publicadas no artigo.

O Templo de Ísis, no Grand Canyon.

Após esses eventos, na busca de encontrar a verdade, o historiador Carl Hart, editor da revista World Explorer, adquiriu um mapa do Grand Canyon e ficou surpreso ao descobrir que uma parte considerável do lado norte do Grand Canyon tinha áreas nomeadas em homenagem a deuses egípcios como Torre de Rá, Torre de Seth, Templo de Osíris, Templo de Hórus e Templo de Isis.

Outros nomes como Pirâmide de Quéops, Templo de Buda, Claustro de Buda, Templo Manu e Templo Shiva também são encontrados nesta área.

Essa mistura variada de culturas é difícil de encontrar em achados arqueológicos e por isso esta descoberta tem uma importância sem precedentes.

O Instituto Smithsonian

O Instituto Smithsonian é uma instituição de pesquisa associada a museus e administrada pelo governo dos Estados Unidos, fundado em 1846 com o objetivo de “estabelecer a expansão e difusão de conhecimento entre os homens” e, como era de se esperar, negou categoricamente todas as declarações publicadas no jornal.

Parte do relato dizia que o instituto financiou a exploração da rede de cavernas, que era tão grande que caberiam facilmente 50.000 pessoas e, segundo Kincaid e Jordan, uma equipe de 40 arqueólogos teria recolhido e enviado os artefatos para o Smithsonian e as cavernas mantidas sob vigilância e fora dos limites para visitantes.

As cavernas do Grand Canyon.

Não existem registros sobre os arqueólogos Jordan ou Kincaid no Departamento de Antropologia do Smithsonian e nem mesmo detalhes sobre esta expedição.

Um representante do Instituto Smithsonian disse na época: “Bem, a primeira coisa que posso dizer, antes de prosseguirmos, é que nenhum artefato egípcio de qualquer tipo foi encontrado na América do Norte ou do Sul. Portanto, posso dizer que o Instituto Smithsonian nunca esteve envolvido em quaisquer dessas escavações”.

Ninguém sabe realmente o que aconteceu com Kincaid ou Jordan, mas se um dia seus relatos se revelarem verdadeiros, vão redefinir a História da América e questionar muito sobre as habilidades marítimas dos antigos egípcios e asiáticos.

A Cidade Enterrada do Missouri

Uma outra história muito interessante, de 9 de abril de 1885, publicada no The New York Times intitulada: “Cidade Enterrada do Missouri: uma estranha descoberta em uma mina de carvão perto de Moberly”, revelou uma descoberta que antecedeu a cidadela do Grand Canyon em 24 anos.

Notícia de 9 de abril de 1885 publicada no The New York Times.

Moberly era a maior cidade do condado de Randolph, no Missouri, e contava com uma população de 6.108 habitantes na época.

Mineiros de carvão, perfurando um poço a 100 metros de profundidade, depararam-se com uma caverna revelando “uma cidade maravilhosa enterrada, com ruas regularmente dispostas e cercadas por paredes de pedra, que são cortadas e revestidas em um estilo de alvenaria bastante bom, embora rude. Uma pesquisa posterior revelou estátuas e imagens feitas de uma composição muito semelhante ao bronze, mas sem brilho”, afirma o artigo.

Os trabalhadores, junto com o escrivão da cidade David Coates e o xerife George Keating, encontraram um amplo pátio de 10 metros por 30 metros repleto de bancos de pedra, ferramentas manuais e uma fonte que ainda derramando água perfeitamente pura em sua bacia, mas o que intrigou as pessoas que exploravam o local foi o que havia ao lado da fonte.

“Ao lado da fundação da fonte, havia porções do esqueleto de um ser humano, os ossos da perna foram medidos, o fêmur tinha 1,4 metros e a tíbia 1,2 metros, mostrando que, quando viva, a figura era três vezes o tamanho de um homem comum, e deveria possuir uma força muscular e agilidade maravilhosas”, relatou o The New York Times.

O crânio, segundo a notícia, estava despedaçado, mas ferramentas de bronze, martelos de granito, serras metálicas e facas de sílex estavam espalhadas por toda parte. “Eles não são tão polidos, nem feitos com tanta precisão como aqueles agora acabados por nossos melhores mecânicos, mas mostram habilidade e uma evidência de uma civilização avançada que é muito maravilhosa”, detalha o artigo.

Segundo o The New York Times, os exploradores teriam passado doze horas explorando a cidade soterrada, voltando à superfície apenas depois que o óleo de suas lâmpadas acabou. “As maravilhas da descoberta não chegaram ao fim. Uma nova pesquisa estendida será feita em um ou dois dias”.

No entanto, nenhum registro de pesquisa estendida foi encontrado e a mina foi misteriosamente abandonada desde então.

A Tradição dos Hopis

Os índios Hopi.

Os índios Hopi acreditavam que seus ancestrais viveram no submundo do Grand Canyon, governado por um chefe chamado Machete.

A população desse mundo subterrâneo consistia de dois tipos de pessoas: as com um coração e as com dois corações.

Uma divergência entre os dois grupos resultou na expulsão daqueles com um só coração para a superfície, onde passaram a cultivar grãos e milho nas margens do Rio Colorado.

Um mensageiro da tribo foi enviado ao Templo do Sol para pedir bênçãos de paz e boa vontade e chuva para suas colheitas, mas o mensageiro nunca mais voltou.

Ainda hoje, os velhos Hopi seguem a tradição de contemplar o pôr do sol, procurando pelo mensageiro que eles acreditam que um dia irá retornar, restaurando as suas terras.

Esta tradição foi registrada pelo artista Warren E. Rollins que conviveu com os nativos-americanos no início dos anos 1900, pintando os Hopi, os Navajo e os Zuni e suas ruínas antigas, na região do Grand Canyon.