Em 1938, o arqueólogo alemão Wilhelm König encontrou um jarro de barro antigo de aparência estranha, junto a outros semelhantes, como parte de uma coleção no Museu Nacional do Iraque, que foi atribuído ao Império Parta, uma antiga cultura asiática que governou a maior parte do Oriente Médio de 247 a.C. até 228 d.C.

Esses jarros, antes esquecidos, foram considerados únicos quando mais tarde, em 1940, König descreveu o jarro de barro, datado de 200 a.C., como sendo a bateria elétrica mais antiga que existe.

 

Aqueles que examinaram o jarro de perto dizem que há uma série de coisas que indicam que se trata de uma “célula úmida” ou uma “bateria”.

O fascinante jarro de barro tem apenas 14 centímetros de altura por 8 centímetros de diâmetro e sua abertura superior foi vedada com um tampão de asfalto, que segurava uma folha de cobre enrolada em um tubo.

Representação da Bateria de Bagdá.

Este tubo foi tampado na parte inferior com um disco de cobre, mantido no lugar por mais asfalto, e uma barra de ferro estreita foi atravessada pelo tampão de asfalto da abertura superior e centralizada do tubo de cobre sem tocar em nenhuma parte dele. É por isso que o antigo jarro de barro iraquiano foi popularizado como a “Bateria de Bagdá”.

Se o frasco for preenchido com um líquido ácido como vinagre, suco de limão ou de uva, ele se transforma em uma bateria capaz de gerar uma pequena quantidade de corrente elétrica. O líquido ácido permite um fluxo de elétrons do tubo de cobre para a barra de ferro, quando os dois terminais de metal estão conectados. Este é basicamente o mesmo princípio que foi descoberto por Luigi Galvani em 1786, quase 2.000 anos depois, e que Alessandro Volta utilizou, com sucesso, na primeira bateria moderna alguns anos depois, em 1799.

Para que era usada a Bateria de Bagdá?

Até hoje, nenhum texto escrito foi encontrado em qualquer lugar que descrevesse a utilidade das Baterias de Bagdá.

Bateria de Bagdá exposta no Museu Nacional do Iraque.

Os pesquisadores tradicionais sugerem que o artefato era usado para armazenar e preservar pergaminhos, uma vez que o frasco do artefato era semelhante aos potes que continham os Pergaminhos do Mar Morto, embora se um líquido eletrolítico estivesse em seu interior, isso invalidaria qualquer propósito de armazenamento de documentos.

Essa teoria não explica por que todas as partes (tubo de cobre, barra de ferro) são necessárias, e seu tamanho pequeno não parece prático como um contêiner para pergaminhos. Não há evidências de que o tubo de cobre em si fosse um rolo de cobre como o encontrado entre os Pergaminhos do Mar Morto.

Foi hipotetizado que o cobre teria sido inserido no recipiente por causa de suas propriedades antimicrobianas, e que os restos de ácido encontrados em seu interior eram de papiros em decomposição, mas isso não explica a barra de ferro ou por que a barra foi separada do tubo de cobre.

Outros explicam a Bateria de Bagdá dizendo que os gregos e os romanos usavam certas espécies de peixes elétricos no tratamento da dor, eles literalmente colocavam uma enguia elétrica viva em seus pés até que estes ficassem dormentes para tratamentos dores causadas por gota. Portanto, a bateria talvez tenha sido usada medicinalmente como uma fonte imediata de eletricidade analgésica, chamada Eletroanalgesia.

Experimento com a medição da voltagem gerada por réplicas das Baterias de Bagdá.

Muitos pesquisadores realizaram vários experimentos com modelos da Bateria de Bagdá e descobriram que ela é capaz de gerar eletricidade entre 1,5 e 2 volts. Parece não ser muita coisa, mas é o mesmo tanto de energia gerada pelas nossas pilhas comuns atuai, e, se ligadas em série ou em paralelo podem gerar correntes maiores e essas baterias poderiam ser usadas para galvanizar ouro ou prata, já que os povos antigos da Mesopotâmia usavam um processo denominado “dourado com fogo” para fins decorativos.

Em 1978, o Dr. Arne Eggebrecht, do Museu Pelizaeus em Hildesheim, na Alemanha, realizou alguns experimentos com réplicas da Bateria de Bagdá, usando suco de uva como um líquido ácido e camadas finas de prata que resultaram na produção de eletricidade.

No programa de televisão Caçadores de Mitos, os apresentadores recriaram a Bateria de Bagdá e provaram que elas são realmente capazes de reter uma carga e galvanizar metais com bastante eficácia.

Os Teóricos dos Antigos Astronautas sugerem que os antigos egípcios estavam muito familiarizados com as Baterias de Bagdá e, de acordo com sua teoria, as baterias podem ter sido usadas para fornecer luz nas câmaras das pirâmides e outros locais secretos.

As “Lâmpadas de Dendera” encontradas no Antigo Egito.

Algumas das 12 baterias originais de Bagdá ainda estão guardadas no Museu Nacional do Iraque, que está atualmente fechado devido ao saque de 2003, que fez com que quase metade de sua coleção fosse roubada.

Podemos nunca saber sua verdadeira natureza, mas sem dúvida as pessoas continuarão a especular sobre o propósito da Bateria de Bagdá por muito tempo.