Cada vez mais nos surpreendemos ao ver o conhecimento de nossos ancestrais, conhecimento que eles não tinham como adquirir na época e, neste contexto, a tribo africana dos Dogons é um desses paradigmas.

Os pesquisadores afirmam que os conhecimentos dos Dogons sobre a estrela Sirius tem milhares de anos e acredita-se que os Dogons são antigos descendentes dos gregos, que colonizaram inicialmente a parte da África que atualmente constitui a Líbia e depois foram migrando para o sudoeste, até a região de Bandiagara, no Mali.

 

O historiador grego Heródoto os chamava de Garamantianos, e os elementos da tradição grega são muito parecidos à preocupação dos Dogons com os números. Além disso, durante a sua permanência na Líbia, aqueles imigrantes gregos poderiam ter adquirido alguns conhecimentos dos seus vizinhos, os antigos egípcios.

O povo Dogon carrega uma relação estreita com o meio ambiente, expressa em seus rituais e tradições sagrados, considerados pela Unesco como os mais bem preservados da África subsaariana, e a população mantém uma série de tradições como festivais, cerimônias e o culto dos antepassados.

A “Dança das Máscaras” do povo Dogon.

Entre as mais impressionantes está a Dança das Máscaras, um ritual com alto grau de codificação, que para os Dogons simboliza a formação do mundo, a organização do sistema solar e o culto às divindades.

O Sistema Estelar de Sirius

Sirius vem da palavra grega “Seirios” que significa literalmente “brilhante”, é a principal estrela da Constelação de Cão Maior e a estrela mais brilhante do céu noturno visível a olho nu, podendo ser visto de qualquer ponto na Terra.

O Sistema Estelar de Sirius.

O sistema estelar de Sirius é um dos mais próximos da Terra, distante cerca de 8,5 anos-luz e é, na realidade, composto por duas estrelas chamadas Sirius A e Sirius B. No entanto, Sirius B é tão pequena e tão próxima de Sirius A que, a olho nu, só podemos perceber o sistema estelar binário como uma única estrela.

A pequena estrela Sírius B só foi observada pela primeira vez em 1862 pelo astrônomo americano e fabricante de telescópios Alva Clark, quando ele olhou através do maior telescópio da época e avistou um ponto fraco de luz 100.000 vezes menos brilhante do que a sua companheira, a estrela Sirius A, porém, não foi possível fotografar a pequena estrela até 1970.

O Incrível Conhecimento Astronômico dos Dogons

Algumas décadas atrás, entre 1946 e 1950, dois antropólogos franceses chamados Marcel Griaule e Germaine Dieterlen estudaram quatro tribos africanas que vivem ao sul do deserto do Saara.

Os dois cientistas viviam principalmente com o povo Dogon e inspiraram tanta confiança que quatro de seus sacerdotes-chefes, chamados “Hogons”, revelaram suas tradições mais secretas para a dupla de pesquisadores.

Eventualmente, Marcel e Germaine ganharam tanto respeito e amor da tribo dos Dogon que, quando Marcel morreu em 1956, mais de 250.000 africanos daquela área foram reunidos na homenagem final em seu funeral em Mali, na África.

Depois de desenhar alguns padrões e símbolos desconhecidos no solo empoeirado, os Hogons mostraram o conhecimento secreto do universo que herdaram de seus ancestrais e que se provaria incrivelmente preciso alguns anos depois.

O foco de sua atenção era a estrela mais brilhante, Sirius, e sua companheira, a anã branca Sirius B, e eles sabiam que ela era invisível a olho nu, bem como tinham conhecimento de muitas de suas características, até então desconhecidas.

Os Dogons sabiam que Sirius B era na verdade de cor branca e o menor componente do sistema estelar, eles até afirmaram que, apesar de menor, era a estrela mais pesada com uma grande densidade e força gravitacional. Em suas palavras, a estrela Sírius B era feita de uma substância que é mais pesada do que todo o ferro encontrado na Terra e, posteriormente, os cientistas descobriram que a densidade de Sírius B é realmente tão grande que um metro cúbico de sua substância pesa cerca 20.000 toneladas.

Órbita da estrela Sirius B.

Eles também diziam que Sirius B levava 50 anos para completar uma única órbita em torno de Sirius A e que a órbita não é circular, mas elíptica, uma verdade comum para o movimento de todos os corpos celestes, e eles inclusive sabiam até a posição exata de Sirius A dentro da elipse. Essa estrela realmente leva 50 anos para completar sua órbita e na cultura Dogon existe uma celebração que ocorre justamente a cada 50 anos, em homenagem ao “ano estelar”.

Seus conhecimentos sobre o Sistema Solar não eram menos surpreendentes, eles desenharam os anéis do planeta Saturno, o que é impossível de se detectar sem o uso de um binóculo ou telescópio.

Os Dogons também conheciam as quatro luas principais de Júpiter, sabiam que os planetas giram em torno do Sol, que a Terra é esférica e está girando em torno de seu próprio eixo e, ainda mais incrível, eles sabiam que a nossa galáxia, a Via Láctea, tem formato de espiral, um fato que ainda não era conhecido pelos astrônomos naquela época.

Conhecimentos Extraterrestres

Estátua Dogon representando os Nommos.

Os Dogons também acreditavam que seu conhecimento não foi obtido deste mundo, de acordo com uma de suas lendas primitivas, de vários milhares de anos, a tribo africana teria sido visitada e aprendido todo esse conhecimento astronômico de uma raça de seres anfíbios chamada Nommos.

Para tornar as coisas ainda mais estranhas, em vez de crê-los como Deuses ou outros tipos de figuras sobrenaturais que as culturas antigas costumavam adorar, a tribo dos Dogons considera os Nommos como visitantes extraterrestres e os habitantes do sistema estelar de Sirius.

A figura espiritual na religião Dogon é uma identidade dupla, o Nommo/Nummo, a quem eles se referem como a “Serpente”, e sua pele seria principalmente verde, mas, como o camaleão poderia mudar de cor e, por vezes, a Serpente teria todas as cores do arco-íris.

Os Nommos também são descritos como seres anfíbios ou “espíritos da água”.

Pinturas rupestres dos Dogons.

Em 1976, o renomado autor americano Robert Temple escreveu um livro chamado “O Mistério de Sirius”, argumentando que os Dogons possuem conhecimentos muito precisos sobre fatos cosmológicos, confirmados apenas atualmente, graças ao desenvolvimento de tecnologias para a astronomia moderna.

Em seu livro ele relata que os Nommos seriam visitantes extraterrestres vindos de Sirius, que teriam trazido os conhecimentos astronômicos para o povo Dogon. “Ou então de onde teria vindo todo o conhecimento astronômico da tribo Dogon?”, argumenta Temple.