Quando pensamos nos inovadores nas áreas de engenharia e eletromagnetismo, o gênio de Nikola Tesla normalmente vem à mente, mas raramente o nome Edward Leedskalnin é mencionado.
Este foi um homem que, há poucas décadas, construiu sozinho o “Castelo de Coral”, um dos locais mais fascinantes do mundo, alegando conhecer os segredos e as técnicas usadas pelos Antigos Egípcios para construir as pirâmides.
A história de Leedskalnin é estranha e ele fez o possível para manter um legado de mistério por meio de mensagens enigmáticas, símbolos e dicas em seu trabalho.
Tudo começou quando Ed imigrou da Letônia para os Estados Unidos em 1912, aos 26 anos, deixando para trás sua noiva Agnes Skuvst, que o abandonou na véspera do casamento.
Ao se mudar para os Estados Unidos, Leedskalnin sofreu de tuberculose e foi informado de que tinha apenas alguns meses de vida, mas recuperou-se com a ajuda de um médico local.
Revitalizado, ele comprou um terreno na cidade da Flórida em um leito de coral calcário com mais de um quilômetro de espessura sob uma fina camada de solo superficial, e começou a construção de um castelo verdadeiramente mágico em memória de seu amor perdido.
Ed Leedskalnin chamou o local de “Rock Gate Park” (Parque do Portão de Pedra), devido ao enorme bloco de pedra de 9 toneladas que foi usada como portão, incrivelmente projetado para que até uma criança pudesse abri-lo sem esforço.
Erguido inteiramente de pedras que Leedskalnin extraiu, cortou e assentou sozinho, o castelo é construído com blocos de pedra gigantescos, alguns dos quais pesam até 30 toneladas e que somados totalizam 1100 toneladas.
Em 1936, Leedskalnin moveu e reconstruiu toda a estrutura do castelo em Homestead, uma cidade vizinha, e para isso ele contratou um caminhão com motorista para transportar as pedras. Sempre com a intenção de proteger seu segredo, Leedskalnin insistiu que o motorista deixasse seu caminhão no local durante a noite, para que ele mesmo pudesse carregar as enormes pedras. O motorista duvidou de sua afirmação, mas no dia seguinte encontrou o caminhão carregado com as pedras, pronto para o transporte.
Ao longo de quase 30 anos de trabalho solitário, apenas com a ajuda de ferramentas básicas e simples, disponíveis para os seus modestos recursos, e algumas outras projetas pelo próprio Edward, como uma talha de corrente feitas de velhos postes de telefone, o Castelo de Coral se tornou uma realidade, seu interior é uma exibição de maravilhas de arte e engenharia requintadas. Conjuntos de mesas e cadeiras decoram o jardim de coral, enquanto escadas e relógios de sol são ajustados com precisão minuciosa fornecendo um testemunho das fascinantes habilidades de Leedskalnin.
Como o Castelo de Coral Foi Construído?
Em vez de compartilhar seus misteriosos métodos de construção com o mundo, Leedskalnin fez todos os esforços para proteger o segredo por trás de seus feitos de mover pedras. Muitos especularam sobre seu processo, mas ninguém foi capaz de recriar a movimentação, aparentemente fácil, de pedras tão grandes.
Leedskalnin tinha um fascínio pelo magnetismo e desenvolveu uma visão de mundo interessante baseada nele. Além de criar o Castelo de Coral, ele publicou vários panfletos descrevendo uma teoria universal do eletromagnetismo e como ela se relacionava com a vida na Terra.
Ele acreditava que quase todas as funções da vida poderiam ser reduzidas à interação entre os polos norte e sul da Terra e minúsculos ímãs, contidos nos átomos, que estão presentes em nossos corpos e em todos os organismos da Terra.
Isso levou muitos a especular que Leedskalnin usou algum tipo de levitação magnética ou ressonância para levitar as rochas de coral incrivelmente densas enquanto construía seu parque, embora o assunto tenha sido altamente debatido.
Enquanto muitos apontam para imagens que mostram o uso de polias e alavancas simples por Leedskalnin, outros permanecem céticos. Ele afirmou que tinha um forte entendimento sobre as leis de peso e alavancagem, embora seja difícil imaginar uma pessoa magra e de baixa estatura içando blocos de 30 toneladas a 6 metros de altura, totalmente sem ajuda.
“Eu descobri os segredos das pirâmides e como os egípcios e os antigos construtores ao redor do mundo, apenas com ferramentas primitivas, ergueram e colocaram no lugar blocos de pedra pesando muitas toneladas!”, dizia Ed Leedskalnin.
Para aumentar o mistério, em uma câmara sob o Castelo de Coral foram encontrados inúmeros vestígios de um dispositivo eletromagnético, fios enrolados em garrafas e estranhos objetos com ímãs e correntes, parecendo se assemelhar a um gerador de algum tipo. Ao lado deste gerador, dois longos postes de metal se estendem sob o solo, semelhantes ao ânodo e cátodo de uma bateria.
No meio do dispositivo está um volante feito de concreto e ímãs com o formato de um trevo de quatro folhas. Muitos acreditam que este foi um dispositivo de movimento perpétuo, com base em afirmações do panfleto “Correntes Magnéticas de Leedskalnin”. Quando uma bússola é aproximada do dispositivo, a agulha gira, indicando que os ímãs estão posicionados em polaridade inversa.
Outras características do castelo mostram que Leedskalnin tinha um forte domínio da astronomia. Um “telescópio” chamado Polaris, construído com rocha de coral, alinha-se com a estrela de mesmo nome por meio de uma mira construída com um fio de metal. Embora o “telescópio” seja simplesmente um buraco perfurado na rocha, seu alinhamento é preciso, somando-se a relógios de sol e outras formas primitivas de dispositivos de medição celestes que Leedskalnin projetou com a maior precisão.
Em 1986, mais de 30 anos após a morte de Leedskalnin, o portão de 9 toneladas na entrada do Castelo de Coral parou de girar tão facilmente quanto antes. Uma equipe de 6 homens e um guindaste de 20 toneladas foram trazidos para remover, inspecionar e consertar o portão.
Rapidamente ficou claro que Leedskalnin havia feito um orifício perfeitamente redondo no centro da laje sem o uso de ferramentas elétricas, fixando um poste de metal entre dois rolamentos de caminhão. No entanto, apesar de toda a tecnologia aplicada no reparo, a equipe não foi capaz de fazer o portão abrir com a mesma precisão de antes.
O Castelo de Coral é considerado oficialmente um monumento histórico e foi transformado em um museu aberto para todos se maravilharem com esta incrível criação e para os curiosos tentarem desvendar os mistérios de seu excêntrico construtor, mas talvez os mistérios desta construção possam permanecer um segredo para sempre.
