Até quase 2.500 anos atrás, havia uma construção no Egito que, segundo as palavras dos que o viram “ultrapassava até as pirâmides” e, por milhares de anos, o Grande Labirinto do Antigo Egito permaneceu apenas como uma lenda, mas agora, os arqueólogos estão desenterrando a sua história perdida e os sinais intrigantes de sua existência real.
O Grande Labirinto do Antigo Egito, segundo os escritos antigos, era um edifício enorme, com dois andares de altura e 3.000 salas diferentes, todas incrivelmente conectadas por um labirinto de passagens tão complexas que nenhum visitante conseguia encontrar o caminho de saída sem um guia.
Na parte inferior, havia um nível subterrâneo que servia como uma tumba para os reis, e no topo havia um telhado maciço feito de um único bloco de pedra gigantesco.
A Descrição de Heródoto
Heródoto foi um geógrafo, antropólogo e historiador grego do século 5 a.C. e, como para muitos gregos, o Egito era uma terra que surpreendia e inspirava admiração.
Era uma terra de costumes, plantas e animais estranhos, bem como de uma geografia excêntrica, mas, acima de tudo, era uma terra de realizações arquitetônicas prodigiosas.
Heródoto testemunhou muitas das maravilhas egípcias, incluindo o Grande Labirinto perdido, e o descreveu com precisão no segundo dos nove volumes de sua obra “Histórias”, escrito entre os anos 450 a.C e 430 a.C.:
“Isso eu realmente vi, um trabalho além das palavras. Pois, se alguém colocasse junto todos as construções dos gregos e expusessem seus trabalhos, eles pareceriam menores, tanto em esforço quanto em extensão, perto deste labirinto. Até mesmo as pirâmides estão além das palavras, e cada uma delas poderia ser comparada às poderosas obras dos gregos. No entanto, o labirinto supera até mesmo as pirâmides.
Tem doze quadras cobertas, seis em uma fileira voltadas para o norte, seis para o sul, os portões de um lado estão exatamente em frente aos portões do outra. No interior, o edifício é de dois pisos e contém três mil quartos, dos quais metade são subterrâneos e a outra metade diretamente acima.
Fui levado através dos quartos do andar superior, então, o que direi deles é de minha própria observação, mas sobre os quartos do subterrâneo só posso descrever o que me foi relatado, porque os egípcios responsáveis se recusaram a me deixar vê-los, pois estes contêm os túmulos dos reis que construíram o labirinto e também os túmulos dos crocodilos sagrados.
Os quartos superiores, ao contrário, eu realmente vi, e é difícil acreditar que sejam obra de homens. As passagens intrincadas e desconcertantes de sala em sala e de tribunal em tribunal eram uma maravilha sem fim para mim, enquanto passávamos de um pátio para salas, de salas para galerias, de galerias para mais salas e daí para ainda mais pátios.
O telhado de cada câmara, pátio e galeria são como as paredes de pedra. As paredes são cobertas com figuras esculpidas e cada pátio é primorosamente construído em mármore branco e cercado por colunas”.
Desde que Heródoto visitou o lendário Grande Labirinto do Antigo Egito há quase 2500 anos, o edifício desapareceu nas brumas do tempo e a sua verdadeira localização permaneceu desconhecida.
A Descoberta do Professor Flinders Petrie
Sem vestígios visíveis, a história do Grande Labirinto Egípcio era considerada simplesmente uma lenda, transmitida por gerações, até que o egiptólogo Flinders Petrie descobriu suas fundações no final da década de 1880, levando os especialistas a sugerir a teoria de que o labirinto teria sido desmontado durante o reinado de Ptolomeu II, no século 3 a.C., e usado para construir a cidade vizinha de Shedyt, em homenagem a sua esposa Arsinoe.
Em 1888, o professor inglês Sir William Matthew Flinders Petrie acreditou ter localizado o verdadeiro local do labirinto egípcio no sítio arqueológico de Hawara.
Do labirinto restaram apenas as fundações originais, suficientes para permitir que o tamanho e a orientação do edifício fossem aproximadamente determinados.
O Grande Labirinto teria cerca de 304 metros de comprimento e 244 metros de largura, sendo grande o suficiente para abrigar os templos de Karnak e Luxor juntos.
Em 2008, os arqueólogos que trabalhavam na Expedição Mataha fizeram uma descoberta impressionante sob as areias.
Quando examinavam a área de Hawara, encontraram fortes evidências de câmaras complexas e paredes com vários metros de espessura, abaixo da superfície até uma profundidade considerável.
As descobertas da equipe de pesquisa confirmaram que haviam características arqueológicas ao sul da Pirâmide de Amenemhat III, em Hawara, também conhecida como “Pirâmide Negra” por sua aparência escura e decadente, que se assemelha a um monte de entulho.
Os exames mostraram paredes verticais com uma espessura média de vários metros, que foram conectadas para formar um grande número de salas fechadas.
Até hoje, ninguém jamais o escavou ou entrou no local e, até que alguém chegue ao labirinto, não saberemos com certeza se realmente encontramos uma das maiores maravilhas arqueológicas do Egito Antigo.