Segundo a lenda Cherokee, o Povo dos Olhos de Lua era uma raça seres pequenos, com uma aparência e comportamento distintos, que habitavam as florestas e as cavernas subterrâneas dos Montes Apalaches.

Eles nunca foram descritos como seres sobrenaturais, mas como um outro grupo de seres humanoides pequenos, com pele pálida e perfeitamente branca e de grandes olhos azuis muito sensíveis a luz e, por esse motivo, estritamente noturnos.

 

“Os Cheeroke nos contam que, quando chegaram pela primeira vez ao lugar que hoje habitam, encontraram-no possuída por certas ‘pessoas com olhos de lua’, que não podiam ver durante o dia”, escreveu o botânico e educador americano Benjamin Smith Burton em 1797.

Outras pessoas que tiveram contato com o povo Cherokee relataram ter ouvido falar sobre o Povo dos Olhos de Lua como sendo os habitantes originais da região do sudeste da América do Norte até a chegada dos Cherokee.

No Fort Mountain, na Geórgia, existem vestígios de uma antiga fortaleza de pedra. Um muro com 270 metros de extensão e mais de 2 metros de altura, construído entre os anos 400 e 500 d.C., sugere que teria existido uma civilização habilidosa antes dos Cherokee na região.

O Povo dos Olhos de Lua teriam construído estas fortificações em todo o seu território para impedir a entrada de invasores que ameaçassem seu domínio. Nestas fortificações foram encontrados machados, enxadas e outros utensílios metálicos.

Ruínas de uma das construções em Fort Mountain.

Segundo a lenda, a tribo Creek veio do Sul e invadiu o território do Povo dos Olhos de Lua, atacaram e os expulsaram de suas cavernas. As pequenas pessoas de pele clara fugiram para o oeste e nunca mais foram vistas.

Outra versão da história é que foram os próprios Cherokee que travaram a guerra contra o Povo dos Olhos de Lua e após a batalha foi feito um tratado permitindo que eles fugissem da área em paz.

Em 1902, o escritor James Mooney publicou o livro “Myths of the Cherokee” (Mitos dos Cherokee), onde reuniu histórias semelhantes de Cherokee mais antigos que relembram tradições de pessoas que eram “muito pequenas e perfeitamente brancas” que viviam ao norte do rio Hiwassee quando os Cherokee chegaram pela primeira vez à área e, posteriormente, fugiram para o oeste.

No entanto, uma das melhores fontes para a história vem de um dos primeiros governadores do Tennessee, John Sevier. Durante seu tempo como governador, muitas áreas dos Apalaches faziam parte da Nação Cherokee e John Sevier visitou o Fort Mountain em 1782 e lá ele conheceu Oconostota, um chefe Cherokee que tinha 90 anos de idade.

Oconostota repetiu a história que lhe foi contada por seus ancestrais: “Há muito tempo, pequenos homens brancos cruzaram as grandes águas e pousaram perto da foz do rio Alabama, perto de Mobile, e foram eles que ergueram estas construções”.

Escultura do Povo dos Olhos de Lua.

O Povo dos Olhos de Lua também aparece em histórias de encontros com outras tribos nativas americanas. Embora sua natureza pudesse variar de tribo para tribo, eles geralmente são vistos com respeito e admiração.

Em alguns relatos, conta-se que o Povo dos Olhos de Lua surgiu da escuridão primordial, enquanto em outros, descendem de seres celestiais.

O povo Zuni tem uma história de criação que narra o Povo dos Olhos de Lua como os primeiros seres a habitar a Terra, guiando a humanidade em seus estágios iniciais.

Outros relatos os descrevem como seres benevolentes, compartilhando sua sabedoria e oferecendo orientação àqueles que buscavam sua ajuda. Em outros contos, eles são retratados como figuras enigmáticas, observando as interações humanas nas sombras e intervindo apenas quando necessário.