Um dos grandes mistérios da nossa civilização é o desaparecimento da Atlântida que o filósofo grego Platão mencionou em algumas de suas obras e hoje continua sendo uma das “Cidades Perdidas” mais procuradas da história.

As lendas sugerem que Atlântida foi uma civilização que possuía uma tecnologia muito avançada até mesmo para o nosso tempo, e desde que foi mencionada pela primeira vez na Grécia Antiga, buscou-se determinar sua localização, pesquisando em todo o mundo, desde o Mar Mediterrâneo, passando pelas calotas polares até o Pacífico sul.

 

Ninguém sabe a localização exata de Atlântida, mas Platão descreveu que ela ficava além dos “Pilares de Hércules”, uma referência ao Estreito de Gibraltar, no norte da África, e que seus habitantes conquistaram muitas partes da Europa Ocidental e África 9.000 anos antes da era de Sólon, ou seja, aproximadamente 9.600 a.C. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano “em um único dia e noite de infortúnio”.

Orichalcum, o Metal da Atlântida

Cadmo, o lendário criador do Orichalcum.

O Orichalcum tem uma história antiga e misteriosa e, durante séculos, os especialistas debateram a composição e a origem do misterioso metal.

A maioria dos especialistas concorda que Orichalcum é uma liga de cobre, semelhante ao latão, feita por cementação, um processo pela qual os minérios de zinco, carbono e cobre são combinados.

De acordo com os antigos textos gregos, o Orichalcum foi inventado por Cadmo, um personagem da mitologia grega que também teria sido o responsável pela fundação de Tebas e por trazer o alfabeto da Fenícia para a Grécia.

O filósofo grego Platão mencionou o Orichalcum como um metal lendário e descreveu a cidade de Atlântida como iluminada pelo seu brilho avermelhado: “Todo a parede que contornava a zona mais externa foi coberta com um revestimento de latão, e o a parede seguinte foi revestido com estanho, e a terceira, que cercava a cidadela, brilhava com a luz vermelha do orichalcum. No interior do templo o teto era de marfim, curiosamente forjado em toda parte com ouro e prata e orichalcum, e todas as outras partes, as paredes e pilares e piso, eram revestidos com orichalcum”.

Platão também disse que “o metal, perdendo apenas em valor para o ouro, foi extraído da Atlântida para cobrir todas as superfícies do Templo de Poseidon”.

O Metal Resgatado de um Naufrágio

Navio naufragado na costa da Sicília.

Em 2015, na costa sul da Sicília, perto da cidade de Gela, uma equipe de arqueólogos marinhos recuperou 39 lingotes de Orichalcum de um navio naufragado há cerca de 2.600 anos, e mais recentemente, uma segunda expedição ao navio naufragado retornou com outros 47 pedaços do metal.

Após a descoberta do naufrágio, as autoridades sicilianas informaram que os lingotes eram feitos de zinco, carvão e cobre, o que corresponde as antigas descrições do Orichalcum.

O professor e arqueólogo Sebastiano Tusa, afirmou que os lingotes descobertos nos destroços do navio naufragado eram provavelmente o mítico metal vermelho conhecido como Orichalcum.

Especialistas acreditam que os lingotes da Atlântida estavam sendo transportados de Gela, ao sul da Sicília, para a Grécia ou Ásia Menor, e o navio que transportava o metal provavelmente foi pego por uma grande tempestade e afundou.

Lingotes de Orichalcum recuperados do naufrágio.

“O naufrágio é da primeira metade do século 6 a.C. e o navio estava a apenas 1.000 metros da costa de Gela, a uma profundidade de 3 metros. Nada semelhante jamais foi encontrado. Sabíamos sobre Orichalcum por textos antigos e alguns objetos ornamentais. O achado confirma que um século após sua fundação, em 689 a.C., Gela cresceu e se tornou uma cidade rica em oficinas de artesãos especializados na produção de artefatos preciosos”, comentou Tusa sobre a importância da descoberta.

De acordo com os gregos antigos, o Orichalcum era um metal que só podia ser encontrado em um lugar: a cidade perdida da Atlântida, que afundou há mais de 11.000 anos, mas sobreviventes desse cataclisma poderiam ter se espalhado pelo mundo, habitando as ilhas do Mediterrâneo e levando seus conhecimentos sobre a fabricação deste misterioso metal.