Estes desenhos incomuns foram descobertos por Dmitryi Dey, um arqueólogo amador do Cazaquistão, com a ajuda do Google Earth e, desde então, sua origem e a função das estranhas formações continuam intrigando os pesquisadores.
Essas formações, que de grande altura revelam claros e intrigantes padrões geométricos e desenhos feitos no solo, quando vistas do chão são apenas pequenos montes de terra e madeira, mas que juntos formam círculos, cruzes ou retas com tamanhos variados entre 90 e 400 metros.
Em termos de comparação, os geoglifos mais conhecidos da atualidade são as Linhas de Nazca, no Peru, e que, segundo estimativas, foram criadas há 1.500 anos.
De acordo com Dey, a cultura Mahanzhar habitava a região entre os anos 7.000 a.C. e 5.000 a.C. e poderia ter criado algumas das formas mais antigas, ele também acredita que essas estruturas foram usadas para observar e seguir os movimentos do Sol, assim como Stonehenge funcionava.
A maior das estruturas está localizada próximo a um antigo assentamento do Período Neolítico, também chamado de Idade da Pedra Polida, e contém um quadrado formado por 101 pequenos montes, cujos cantos opostos são conectados por uma cruz em diagonal. A área combinada desta formação é maior do que a da Grande Pirâmide de Quéops, no Egito.
As pesquisas estão sendo conduzidas por uma equipe da Universidade Kostanay, do Cazaquistão, e da Universidade Vilnius, da Lituânia.
“Até o momento, podemos dizer apenas uma coisa: os geoglifos foram construídos por povos antigos. Por quem e para que propósito, ainda permanece um mistério”, disseram os pesquisadores.
Acredita-se que essas enormes gravuras, que cobrem uma área de 692 km, poderiam revelar detalhes sobre os antigos rituais dos povos da região, mas até agora as tentativas de decifrá-los foram em vão.
A NASA pediu aos astronautas da Estação Espacial Internacional que tirassem mais fotos da região para ajudar a decifrar os geoglifos. Eles também esperam obter informações sobre os geoglifos de outros lugares do mundo, incluindo as Linhas de Nazca do Peru.
Segundo a NASA, as figuras teriam sido feitas há 8 mil anos e seu tamanho colossal é surpreendente. “Nunca vi nada como isso antes, queremos mapear toda a região a partir do material que conseguirmos”, disse Compton J. Tucker, cientista da NASA.
“Construir estas estruturas requer um grande número de pessoas e implica em um esforço enorme”, explica Giedre Motuzaite Matuzeviciute, arqueóloga da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que visitou o local.
Agora resta esperar para saber se alguma civilização antiga construiu essas formações para arte, comunicação, rituais ou algum outro propósito muito além do nosso alcance.