Nazca fica localizado no Peru, em um planalto árido no deserto perto da costa do Pacífico entre os rios Ica e Nazca Grande, e a antiga civilização dos nazcanos surgiu há pouco mais de 2.000 anos, existindo entre 100 a.C. e 800 d.C. e possuem algumas características fascinantes e misteriosas.

Os antigos habitantes Nazca são considerados fortemente influenciados e possivelmente até descendentes da civilização dos Paracas antes deles.

 

Os nazcanos consistiam originalmente em um coletivo de chefias e vilas agrícolas ao redor de uma área comum, conhecida como Cahuachi, onde eles faziam peregrinações para rituais e cerimônias. Eventualmente eles cresceram em uma sociedade maior com grandes cidades urbanas e tecnologia agrícola avançada.

Conhecidos por sua cerâmica e tecelagem, os nazcanos decoravam seus artefatos com padrões geométricos, plantas e animais que se assemelhavam com as Linhas de Nazca, os enormes e curiosos geoglifos pelos quais ficaram conhecidos.

Um dos “puquios” de Nazca.

Seus avançados sistemas de irrigação subterrânea, chamados “puquios”, que utilizavam a pressão atmosférica para bombear água para suas plantações, são uma prova de seu avançado nível de tecnologia.

O Caminho para Cahuachi

No centro de Nazca ficava Cahuachi, uma cidade que se estende por 1,5 quilômetros quadrados e conta com uma pirâmide de degraus de quase 30 metros de altura, o que fez dela o maior centro cerimonial de sua época, mas que originalmente se pensava ser algum tipo de instalação ou base militar.

Essa teoria foi derrubada graças às pesquisas do arqueólogo italiano Giuseppe Orefici, que há anos estuda o local. Além de estudar os mistérios da antiga Nazca, Orefici também passou boa parte de sua carreira estudando a civilização dos Rapa Nui na enigmática Ilha de Páscoa.

Giuseppe Orefici concluiu que Cahuachi era um centro ritual e a capital onde os nazcanos faziam regularmente suas peregrinações para cerimônias.

A Pirâmide de Cahuachi.

Além da grande pirâmide, existem outras 40 estruturas feitas de barro, e dentro delas estão milhares de tumbas que só foram descobertas recentemente, e desde então, infelizmente, vem sendo saqueadas por ladrões de túmulos.

Nos túmulos de Cahuachi foram encontradas uma série de corpos, muitos bem preservados devido ao processo de mumificação, e trajados com tecidos variados, mostrando diferentes níveis de status social. Algumas cabeças também foram encontradas com orifícios perfurados nos crânios, e aparentemente tinham o propósito de “troféus de guerra”.

As Múmias de Nazca

Na primavera de 2017, os pesquisadores começaram uma investigação científica sobre as origens de seis múmias de três dedos e cabeças alongadas encontradas em Nazca.

Os resultados preliminares dos testes realizados nas mãos anômalas da múmia maior não revelaram nenhuma evidência para indicar uma fraude. Os cientistas descobriram que ela era do sexo feminino e a chamaram de Maria, e a datação por carbono indicou que ela teria cerca de 1.700 anos de idade.

A múmia Maria de 3 dedos e cabeça alongada.

Mas o mais surpreendente é que a múmia é semelhante aos seres humanos apenas em parte. Segundo as análises, a múmia Maria possui 98,5% dos genes iguais aos dos primatas, como os seres humanos, e os outros 1,5% são desconhecidos.

Maria também tem uma grande mutação em seus genes que não pode ser classificada em nenhuma categoria conhecida, o que pode indicar que ela pertenceria a uma espécie primata até então desconhecida ou que ela poderia ser um híbrido entre a raça humana e uma raça extraterrestre.

As Linhas de Nazca

Fora de Cahuachi, existem os magníficos geoglifos conhecidos como as Linhas de Nazca, que só podem ser vistos a centenas de metros de altura. Elas não foram descobertas até a década de 1920, quando as primeiras companhias aéreas começaram a sobrevoar o deserto do Peru e as notaram.

A civilização Nazca criou essas linhas removendo uma camada de rocha e poeira, provavelmente amarrando cordas entre dois postes, traçando diretrizes para eles próprios. Os restos desses postes foram descobertos, confirmando essa teoria, no entanto, seu método para criar desenhos tão grandes com medidas e proporções tão precisas ainda permanece um mistério.

As linhas se estendem por mais de 500 quilômetros quadrados e consistem em desenhos da flora, fauna e padrões geométricos que foram preservados graças ao clima árido e sem vento da região.

Entre as 70 linhas zoomórficas diferentes, há representações que vão de macacos a pássaros e onças. Existe até uma figura de aparência humana que tem sido objeto de debate sobre o que exatamente ela representa. Alguns o veem como um antigo astronauta e estas as linhas seriam um chamado para os visitantes extraterrestres.

O Astronauta de Nazca.

A arqueologia convencional oferece algumas explicações para as Linhas de Nazca. Uma teoria acredita que elas são caminhos rituais das procissões que os antigos nazcanos seguiriam durante suas peregrinações. Outra teoria as vê como marcadores de caminhos de irrigação ou canais de irrigação reais com seus projetos sendo um agradecimento aos deuses pela fertilidade. E uma explicação mais simples as vê como parte de um calendário astrológico.

Já para os Teóricos dos Antigos Astronautas, como Erich von Däniken, as Linhas de Nazca são interpretadas como um guia de aterrissagem para os extraterrestres, e embora essa sugestão possa parecer infundada para alguns, nenhuma das teorias da arqueologia tradicional foram comprovadas.

A ideia de que as linhas representavam sistemas de irrigação parece estranha em sua excentricidade, especialmente considerando seu elaborado sistema de aquedutos subterrâneos. Outra teoria obscura postula que os nazcanos tiveram a perspicácia tecnológica para criar balões de ar quente, permitindo-lhes ver os desenhos que criaram.

De qualquer forma, a cultura de Nazca e suas enigmáticas linhas ainda permanecem sem explicações, e as recentes descobertas no Peru apenas serviram para aumentar ainda mais os seus mistérios.