A Esfinge de Gizé foi esculpida em um único bloco de pedra calcária e é a maior do mundo com essas características, com 73 metros de comprimento, 19 metros de largura e 20 metros de altura, e embora atualmente a Esfinge possua uma tonalidade de areia, há indícios de que no passado ele tenha sido colorida.
Segundo consta em uma placa de granito localizada entre as suas patas, por volta do ano 1400 a.C., o Faraó Tutmés IV ouviu a voz da Esfinge em um sonho. Ela lhe disse que, se ele a desenterrasse, seria um grande rei.
Essa foi a primeira tentativa de expor por completo o corpo da Esfinge, no entanto, o faraó apenas conseguiu desenterrar suas patas. Somente entre os anos de 1925 e 1936 uma grande operação removeu toda a areia que cobria o corpo da esfinge.
Os arqueólogos tradicionais determinaram que a Esfinge foi construída entre os anos de 2558 e 2532 a.C., mas muitos pesquisadores independentes insistem que a imponente estátua de calcário é muito mais velha do que os arqueólogos e os egiptólogos afirmam.
Em 1992, John Anthony West abalou a comunidade científica com sua afirmação de que a Esfinge foi esculpida 10.000 anos antes, em um período anterior ao Egito se tornar um deserto. West e outros pesquisadores argumentaram que os acadêmicos se esqueceram de um detalhe importante: o corpo da escultura apresenta marcas distintas de erosão hídrica.
Após sua avaliação da idade da Esfinge, West encontrou outros cientistas que compartilharam sua observação sobre a descoberta de uma história totalmente diferente da que era comumente aceita.
A busca de West levou o professor de geologia da Universidade de Boston, Robert Schoch, a realizar uma investigação inovadora sobre as origens não apenas da Esfinge, mas de toda a região, bem como suas implicações para a origem da humanidade.
Schoch explica seu primeiro encontro com a figura na década de 1990, momento em que ele imediatamente percebeu que havia uma desconexão entre a datação academicamente aceita e o que os fatos apontavam. Após uma inspeção cuidadosa, Schoch percebeu que a Esfinge sobreviveu a condições climáticas intensamente úmidas que contrastam com as condições agora áridas do Deserto do Saara.
O professor Schoch concluiu que os acadêmicos negligenciaram os sinais de erosão causados por fortes inundações que eram incomuns no planalto egípcio há 5.000 anos, mas poderia ter ocorrido entre 10.000 e 12.000 anos atrás, durante o final da última Era Glacial que teria provocado o dilúvio e o aumento do nível dos oceanos em todo o mundo. Para Schoch, essa foi uma descoberta empolgante, mas a ciência convencional a recebeu com ceticismo e negação.
O pesquisador Graham Hancock também fala sobre a idade da Esfinge, observando que a estátua parece ter sido exposta a cerca de mil anos de chuvas fortes, fato que não ocorria naquela área durante a época dos faraós, ou por milhares de anos antes. Hancock acredita que a Esfinge precisa ser colocada, pelo menos, há 12.500 anos atrás.
Qual a Idade Real da Esfinge?
De acordo com a pesquisa dos cientistas Manichev Vjacheslav, do Instituto de Geoquímica Ambiental da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia e Alexander G. Parkhomenko, do Instituto de Geografia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia: “grandes corpos d’água inundaram parcialmente o monumento da Esfinge, criando cavidades recortadas em ondas em suas paredes verticais”.
Uma marca de erosão em particular aparece em uma grande cavidade da Esfinge e corresponde ao nível da água do início da Era Pleistocena. A partir dessas evidências, os geólogos concluíram que a estátua já estava no planalto de Gizé naquela época.
Segundo Manichev e Parkhomenko, um mecanismo natural poderia explicar as ondulações e características misteriosas da Esfinge: o impacto de ondas nas rochas. Este processo produz um desgaste da rocha, fato que pode ser observado nestas cavidades na Esfinge e fizeram os cientistas ucranianos pensarem que este monumento poderia ter sido afetado pela imersão em grandes massas de água, e não nas inundações regulares do Nilo.
Manichev e Parkhomenko estão firmemente convencidos de que a parte traseira da Esfinge do Egito esteve submersa por um longo tempo sob a água e, para sustentar essa hipótese, eles apontam para os estudos geológicos existentes do Planalto de Gizé. De acordo com esses estudos, no final do período geológico Plioceno, entre 5,2 e 1,6 milhões de anos atrás, a água do mar entrou no vale do Nilo e causou gradualmente grandes inundações na área.
Surpreendentemente, este fato tornou-se uma evidência de que a Esfinge poderia ter até 800.000 anos de idade, quando o Mar Mediterrâneo se estendia em direção ao sul do Egito, passando pelo Planalto de Gizé, e isso explicaria as marcas distintas de erosão da Esfinge, causadas pela água do mar batendo nela ao longo de milhares e milhares de anos.
Alguns poderiam dizer que a teoria proposta por Manichev e Parkhomenko é muito extrema porque coloca a Esfinge em uma era em que não haviam seres humanos modernos, de acordo com padrões evolutivos atualmente aceitos. Entre eles, o autor e pesquisador Andrew Collins sugere que embora essa formação rochosa possa ter sido erodida pelo Mar Mediterrâneo, a estátua real pode ter sido esculpida em uma data muito posterior. Em suma, a rocha é antiga, mas a estátua é relativamente menos antiga e impossível de ser datada pela tecnologia atual.
O engenheiro egípcio Robert Bauval afirma que não há inscrições na Esfinge, esculpidas em uma parede ou estela e nem existem papiros que associam a estátua ao período dos faraós do antigo Egito para confirmar por que e quem esculpiu o grande monumento.
A Esfinge continua a ser restaurada da erosão constante e permanece um marco fascinante e enigmático do passado antigo, mas parece claro que os egiptólogos tradicionais continuam firmes em se recusar a reavaliar esse artefato da antiguidade, pois isso poderia significar a reescrita da narrativa da História do Mundo.