Giorgio Tsoukalos nasceu em Lucerna, na Suíça, em 14 de março de 1978, e se considera um filho dos anos 1980.
“Eu cresci com Star Wars e com filmes muito importantes naquela época”, disse ele na conversa, embora tenha esclarecido que a principal responsável por seu fascínio por alienígenas foi sua avó.
“Foi uma boa ideia ela me contar desde muito pequeno, quando tinha cinco ou seis anos, histórias de ninar à noite misturando-as com Edgar Cayce ou Carruagens dos Deuses, de Erich von Däniken”, conta Tsoukalos.
Giorgio começou a se interessar pelos livros de Von Däniken quando tinha 12 anos e ficou fascinado, e desde então ele se tornou seu autor favorito.
“Eu tive a sorte de crescer na Suíça, então, quando eu tinha 15 ou 16 anos, eu já era amigo de Erich. Posso dizer que somos amigos há mais de 30 anos. Imagine. Ele é uma pessoa maravilhosa e meu mentor”, disse Tsoukalos.
Desde o lançamento de Alienígenas do Passado, em 2009, Tsoukalos se tornou um rosto familiar na Internet e viralizou com o meme onde o ufólogo de cabelo selvagem olha para a câmera com uma cara estranha e uma sobreposição diz “ALIENS”.
“É algo que cresceu organicamente. Eu não tenho controle sobre esse meme. Eu sei que é usado positivamente e negativamente. E honestamente, eu não me importo. É a minha cara. Eu rio disso todos os dias. Então eu adoro, acho maravilhoso. E também mostra o amor e apreço que as pessoas têm por mim e pela questão alienígena”, conta Tsoukalos.
Quando e como decidiu se tornar um pesquisador e profissional na área da Ufologia?
Giorgio Tsoukalos: Decidi em 1998, quando a pessoa que cuidava da American Ancient Astronaut Society, o Dr. Gene Phillips, queria se aposentar, pois estava com idade avançada. Essa Organização, baseada em Chicago (EUA), existe desde meados da década de 70. Entre 1978 e 79, Erich von Däniken começou uma ramificação para os países de língua germânica: Alemanha, Áustria e Suíça. Juntos, eles cuidavam lá e nos EUA, mas a matriz da Ancient Astronaut Society até hoje é na Suíça. Porém, em 1998, Phillips decidiu que queria sair de cena e não publicar mais a revista. Erich disse que tudo bem, podia parar, mas que ele continuaria a versão alemã da Organização. Quando fiquei sabendo que isso ia acontecer, liguei para Erich e Phillips e disse que queria continuar. Os dois disseram: “Não, quem é você? Pra que isso?”. Tive que fazer um ano e meio de lobby com muitas pessoas no campo dos Antigos Astronautas, pedindo uma chance e dizendo que não os desapontaria. E aqui estamos. Essa é uma história que pouca gente sabe, mas Gene Phillips, até quando veio a falecer em 2016, era contra mim, pois eu consegui levar tudo para um novo nível, que ele nunca havia atingido. Ao invés de ficar feliz, ele odiou isso. Já no caso de Erich foi o oposto, ele adorou o que aconteceu com “Alienígenas do Passado”.
As pessoas estão, aos poucos, mais abertas para o tipo de ideias abordadas em “Alienígenas do Passado”?
Giorgio Tsoukalos: Exatamente. E tem muito a ver com a forma como apresentamos as coisas. Eu sempre digo para as pessoas que não concordam com as ideias que assistam ao show de qualquer forma. Em primeiro lugar, porque é bonito e bem feito e, segundo, porque é possível viajar o mundo sem se mover um centímetro. No final das contas, se algo foi proveitoso, o objetivo foi cumprido. Muitas das coisas que mostramos na série mudaram a cabeça de várias pessoas, mesmo não concordando com tudo. Tenho tantos exemplos de pessoas que me dizem que há dois anos começaram a assistir ao show e acharam que era loucura, mas agora concordam com muitas coisas. Não todas, mas algumas ou muitas. No fim das contas, não posso forçar ninguém a comprar essa ideia, cada um decide se está pronto ou não a abraçar essa forma de pensar.
Qual é o segredo para, mesmo depois de tantos anos no ar, manter tudo novo e interessante?
Giorgio Tsoukalos: Tenho que dar crédito para a empresa produtora da série, a Prometheus Entertainment, e ao produtor Kevin Burns. Ele é um visionário, uma pessoa incrível de se trabalhar. Para você ter uma ideia, eu vejo diferentes versões de cada episódio, desde a crua, bem no começo, até a final, e, muitas vezes, a diferença é impressionante. Esse é o toque de Kevin Burns. Ele realmente entende sobre televisão e certamente adora este tópico. E vou lhe contar, no começo, Kevin apenas gostava da teoria, mas agora acredita, por mais que ainda seja um cético. Isso é o que faz o show interessante: como eu disse, a narração não termina em ponto final, mas em interrogações. Devemos nos lembrar que “Alienígenas do Passado” começou como um simples documentário de duas horas. Não havia, até então, uma conversa sobre uma temporada ou série. Era apenas aquilo, uma chance e só. E o fato de agora termos uma série com tantas temporadas mostra a receptividade inacreditável que obtivemos em todo o mundo, não apenas nos EUA, mas no mundo todo. Isso é algo que nenhum de nós esperava, e é por isso que sempre tenho que agradecer aos fãs de todo o mundo, pois nos abraçaram com tanto amor e entusiasmo. Sem eles não estaríamos no ar!
Com tantos casos em todo o mundo, quantas temporadas mais serão necessárias para chegarem perto de cobrir tudo?
Giorgio Tsoukalos: Sempre existem coisas interessantes que podemos abordar, mas precisamos ter a mesma audiência, ou maior, para continuarmos. Enquanto as pessoas assistirem ao show em grande número, estaremos lá. Vivemos em um planeta grande, com muitos mistérios, alguns que ainda sequer exploramos. Por exemplo, na Colômbia, existe um local fantástico chamado Tierradentro que ainda não falamos a respeito em “Alienígenas do Passado”. Outra coisa que acho interessante é um tipo de Stonehenge que foi encontrado na Amazônia, num topo de uma colina, e a estrutura é alinhada com as estrelas. E uma de minhas favoritas está no nordeste do Brasil, próxima à Paraíba, é a Pedra do Ingá, com suas inscrições entalhadas que apresentam diferentes tipos de glifos e símbolos, que até hoje as pessoas não sabem o que significa e quem, ou qual cultura antiga do Brasil, as entalhou. E, veja, se você olhar para aqueles símbolos, algumas daquelas cabeças parecem alienígenas. Muito estranho, eu adoraria poder ver de perto um dia desses.
De tudo o que já viu mundo afora, qual é a evidência mais convincente que encontrou, principalmente para quem não acredita?
Giorgio Tsoukalos: Eu enviaria imediatamente todos para a Bolívia, próximo ao Lago Titicaca, no altiplano dos Andes. Existe um sítio arqueológico chamado Tiahuanacu, que é fantástico, mas a apenas 300 metros dele, tem um outro bem pequeno chamado Pumapunku, estive lá por oito ou nove vezes. É o meu lugar favorito no mundo! Nele, toda a lógica é virada de cabeça para baixo. A maioria das pedras é de dois tipos: arenito vermelho e andesito cinza. As duas apresentam problemáticas. No caso do arenito, como foram transportadas e no andesito, como foram cortadas. Alguns dos blocos de arenito vermelho são plataformas, imensas, pesando mais de 7 toneladas e do tamanho de um vagão de trem. Quando você pergunta para os arqueólogos como esses blocos foram transportados, dizem que foi simples: rolagem por madeira. Ok, certo, talvez seja isso mesmo, pois isso aconteceu em muitos lugares, mas isso não parece ter sido possível em Pumapunku, pois estamos a uma altitude de mais de 3.900 metros, acima da linha natural das árvores. Nenhuma árvore nunca cresceu naquela altitude! Então, de onde vieram os carros de madeira e os troncos? Como foram transportados? Ninguém sabe. Já a respeito do andesito cinza, trata-se de uma rocha ígnea vulcânica, muito, muito dura. Os arqueólogos dizem que, porque ferramentas de cobre e ferro e ossos de galinhas foram encontrados em Pumapunku, prova-se como o andesito foi cortado. Acredite ou não: ossos de galinha! Me desculpe, mas é impossível cortar algo duro com um material mais macio, a ferramenta deve ser tão dura quanto ou mais. Um bloco famoso de Pumapunku possui um sulco perfeito, com buracos perfurados a cada 2 ou 3 centímetros. Cada buraco tem exatamente 4 centímetros de profundidade e se você correr o seu dedo na linha do sulco com um pouco de pressão se cortará, para você ter uma ideia do quanto é afiado. E tudo isso é combinado com as tradições orais da população nativa, os Aimarás, que ainda vivem lá até hoje e dizem: “Não fomos nós que construímos isso”. Eles creditam as obras aos gigantes e, em alguns casos, “los dioses”. Sabemos que “los dioses”, os deuses, não existiram e foram confundidos, mal interpretados, por seres tecnológicos, viajantes do espaço, que nos visitaram há muito tempo e nos deram conhecimento. Em algum lugar do futuro nós seremos os antigos astronautas em outro planeta. Não amanhã, mas quem sabe daqui a uns 500 anos.
E quando a revelação vai acontecer, quando os governos dirão que os extraterrestres estão aqui?
Giorgio Tsoukalos: Isso nunca acontecerá! Pode ser que aconteça, mas eu duvido. A revelação não é um evento único, mas um processo ao longo do tempo, no qual o planeta é preparado para a chegada deles. A chegada pública, digo, pois penso que já estão aqui. Nós aqui ou as pessoas que assistem “Alienígenas do Passado” ficariam felizes com uma revelação brusca, mas esse é apenas o nosso caso. Acho que a grande maioria da humanidade ficaria aterrorizada, em pânico, e por isso é tão importante falar sobre essas coisas. Erich von Däniken se refere a isso como “o choque dos deuses”, temos que evitar esse choque a todo o custo. Somos uma minoria no caso dessas ideias. Eu sou muito feliz por poder espalhar esse conhecimento para aqueles que não sabem sobre isso, pois acho mais excitante saber que não estamos sozinhos no Universo do que ao contrário.
Você pode saber mais sobre Giorgio Tsoukalos em seu website: https://www.thealiensguy.com/